Apresentação
O VI Colóquio de Arte e
Pesquisa dos alunos do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade
Federal do Espírito Santo será realizado nos dias 09 e 10 de maio. Sendo
organizado pelo corpo discente do PPGA-UFES, o principal objetivo do COLARTES é
o de ser uma plataforma de apresentação das pesquisas desenvolvidas pelos
alunos e promover o diálogo e a troca de conhecimento entre a comunidade
discente. O COLARTES não é somente uma oportunidade de dar visibilidade às
pesquisas acadêmicas realizadas no PPGA-UFES, mas, sobretudo, um espaço de
discussão e reflexão sobre os temas que perpassam as artes visuais.
Revista COLARTES: ISSN 2316-963X
ARTE E AMBIGUIDADE
Talvez a forma mais
simples e objetiva de definir a palavra “ambiguidade” seja como a qualidade de
possuir diferentes significados e sentidos. Digo qualidade, pois, de fato, é.
Ser ambíguo é a capacidade de ser indefinido, naturalmente incerto. Algo – ou
alguém – pode ser ambíguo em seus significados e, até mesmo, em suas formas.
Também precisamos lembrar que a ambiguidade não é uma armadilha para
transformar coisas objetivas em linguagens, símbolos e formas ininteligíveis.
Devemos entender a ambiguidade como uma forma de expandir os significados e
torná-lo múltiplo.
Diversos são os possíveis
antônimos de ambiguidade: assertividade, fixo, certeza etc. A ideia oposta à
ambiguidade seria a de que não há dúvidas diante do significado de algo. A
certeza. No entanto, podemos contrapor a ambiguidade à ideia de “dualidade”,
dois significados opostos que coexistem e se anulam. Um ou outro. A arte é
feita dessas dualidades. A história da arte foi escrita a partir da lógica
dicotômica entre razão e emoção.
Nesse sentido, a
ambiguidade pode ser pensada por nós como a capacidade de burlar a dualidade,
sendo uma maneira de existir no mundo sem se submeter às escolhas diárias das
ideias opostas. A ambiguidade é o caminho do meio. Nem um, nem outro. Talvez os
dois. A história da arte é atravessada por esse tipo de oposição de conceitos.
Feio e belo. Razão e emoção. Masculino e feminino. Bidimensional e
tridimensional.
Para tempos ambíguos, uma
arte ambígua. Capaz de não ser nem uma coisa, nem outra. Capaz de ser as duas
coisas ao mesmo tempo. A relação entre arte e ambiguidade que estamos propondo
não é a de uma arte que use estratégias e suportes de significados
indecifráveis, mas sim, de significados múltiplos e em constante expansão. A
ideia de Arte e Ambiguidade é, nada mais, do que explorar abordagens teóricas e
poéticas que proponham ampliar e multiplicar as nossas formas de discutir a
arte.
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